quinta-feira, 9 de julho de 2009

Nos deram espelhos pra refletir nossos desesperos

Em um dia infernalmente acalorado, um maldito navegante fedido de fala embolada e com uma roupa horrorosa (como tudo fica depois que a moda passa) desceu um pouco abaixo da linha do equador para um grande feito. Em 22 de Abril de 1500, Pedro Alvares Cabral destruiu o Brasil!
Se há algum português patriota por aqui, me perdoe num futuro próximo, ou num próximo futuro, mas a merda brasileira é herança de vocês.
Aqui na terrinha que não tinha nome viviam vários índios, felizes, pelados, dando tudo de si para o ambiente, preservando a espécie... convivendo em paz, quase um elemento natural, nascido como uma raiz de mandioca!
Quando os lusitanos chegaram, ainda tiveram coragem de achá-los preguiçosos... fizeram a primeira falsidade do país ao sorrir e fingirem-se de amigos, a primeira tirania ao pô-los pra trabalhar e a primeira falcatrua ao trocar riquezas riquíssimas por espelhos. Malditos espelhos!
Os índios tbm fizeram a primeira greve .o/
Valorização da mão de obra florestal já!
Num adiantou mto, a merda jah tava feita, o Brasil já tava infectado com tudo de ruim! A raiz das podrezas humanas vem do homem legitimamente branco! Europeus, nobres... nobreza eh uma pinóia! A maioria dos que se dizem de sanque azul descendem de bárbaros! Ingleses e Alemãos que os digam. Queen Elizabeth... seu antepassado é Anglo-saxônico, e alguém esqueceu de avisar a Hittler que a raça Ariana descendia dos bárbaros germanos.
Mas o assunto é mais embaixo... um pouquinho abaixo do equador.
Todo mundo que chegou aqui sentiu-se no direito de meter a mão. A primeira mamata da história nacional. Quando olho as notícias do congresso, imagino logo o D. João Sexto deixando bem claro o nepotismo dele...
"Meu filho assumirá o poder... e depois o filho dele... isso é assunto de família..."
E então trouxeram outra raça miserável. Já que os índios eram piores que os integrantes do MST, trouxeram pretos, que se tornaram pobres e indigentes. É culpa da antiga sociedade brasileira escravocrata que hj a maioria dos pobres sejam pretos, mas é culpa do governo atual que a maioria dos pretos (e dos pobres) continuem pobres.
Os espelhos mudaram de figura, mas ainda tem o meeesmo sentido. Hj, trocamos nossas riquezas por misérias.
Um tal salário mínimo, um tal bolsa família, uma propaganda bem bolada na TV e pronto, os problemas somem como éter no ar.
As riquezas de antes eram a liberdade, a floresta, o ouro... hoje até o corpo dos filhos dos filhos das respectivas putas brasileiras viraram moeda de troca... por um copo de cachaça.
São todos culpados, o índio que foi burro, o negro que foi fraco e o português que foi prepotente e arrogante, e aainda somos todos culpados, por sermos inertes e cegos, e ainda pior q cegos, surdos e mudos, pernetas, bracetas, e ateh bucetas!
Aaah Brasilis... Se eu não fosse tão otimista, te entregava ao mundo!

Quem me dera, ao menos uma vez,
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais por não ter nada a dizer

Quem me dera, ao menos uma vez,
Que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vemos um mundo doente.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês -
É só maldade então, deixar um Deus tão triste.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do inicio ao fim
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Como a mais bela tribo, dos mais belos índios,
Não ser atacado por ser inocente.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.


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