quarta-feira, 27 de maio de 2009

Bernini e a Mitologia - O Rapto de Perséfone

"Acabamos por amar nosso próprio desejo, em lugar do objeto desejado."


A frase é de Nietzsche e a imagem é uma das minhas preferidas. Um detalhe da escultura O rapto de Prosérpina, de Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), arquiteto, pintor e escultor italiano, pioneiro da arte barroca.

Perséfone (Prosérpina ,em romano), filha de Deméter (Ceres), deusa do plantio e da colheita, com Zeus (Júpiter), que não precisa de apresentações, era uma jovem virgem devidamente resguardada por sua mãe superprotetora. Um dia, Hades (Plutão, sem trocadilhos), senhor do mundo dos mortos e dos infernos, em uma de suas passagens pela superfície avistou Perséfone, com uma saia justinha, colhendo ramos de trigo sozinha. A paixão foi avassaladora e nem Eros (Cupido), nem Afrodite (Vênus) tiveram nada a ver com isso... Agarrando-a pelos claros cabelos e puxando para dentro de sua carruagem negra, Hades rapta Perséfone para seu reino nas profundezas.
Sem sua filha, Deméter tornou-se estéril, bem como a terra sob sua influência, trazendo fome para os homens. Zeus ordenou que Hermes (Mercúrio), o boy dos deuses, tentasse convencer Hades a libertá-la. Surpeendentemente, Hades disse que poderia levá-la, se assim Perséfone desejasse. Mas todos sabem: amor de pica...



Após ter comido os frutos da romãzeira ofertados por Hades, Perséfone transformou-se em mulher exuberante e madura e acabou apaixonado-se pelo Rei dos Mortos e por si própria. Zeus-panos-quentes decidiu que Perséfone não precisaria abandonar seu esposo, mas ficaria 9 meses com sua mãe na superfície, garantindo tempo suficiente para a florescência, maturação e colheita. Os três meses que passaria na putaria com seu marido lá num inferninho, nós, aqui em cima, passamos a chamar de inverno.

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