terça-feira, 19 de maio de 2009

Encalhadas assumidas e unidas.

Lendo coisas por ae (pra variar) acabei de lembrar daquela passeata ridicula das solteiras. Gente, eu naum digo isso pq namoro, podem acreditar, fui solteira por 19 anos, mas nunca cogitei uma idéia dessas. Acho sensacionalista e ineficiente, ou vc acha mesmo que se trata de pegar vários curriculos para candidato a "Amor da minha vida"?
Será que a banalização dos relacionamentos já não chegou ao ápice? Amor virou um negócio capitalista gerador de renda nas datas comemorativas. "Ame sua mãe, dê a ela uma maquina de lavar Megawatson." "Demonstre todo o seu amor nesse dia dos namorados, troquem diamantes." "Seja feliz com quem gosta, dê-lhe um carro de presente."
O amor está sendo medido pela quantidade de presentes? Ou seja, pobres naum amam. E cadê o respeito? A cumplicidade, o carinho, a simplicidade de passear pelo parque falando besteiras em comum?
Amar corresponde a dar a coisa mais valiosa que vc tem e que naum se acha em nenhuma loja. Eh se dar, se entregar de verdade em sentimentos e ações.
Pra completar esse post, vou deixar um texto de Xico Sá sobre a passeata que achei aki-> http://www.otempo.com.br/otempo/colunas/?IdEdicao=1295&IdColunaEdicao=8541

Um homem pra chamar de seu

MODOS DE MACHO

Não se pede mais em namoro, já soltamos esse brado retumbante aqui mesmo desta tribuna testosteronizada. Diante do vacilo do macho moderno, um magote de fêmeas bonitas do Rio e de São Paulo promete sair em passeatas para manifestar o fastio e a revolta.

Claro que por trás do agito das moças tem uma ação de marketing - ê mundão perdido e sem porteiras. Pois é, trata-se de um apelo de um site de relacionamentos, que vai usar a efeméride liberal-picareta-capitalista do Dia dos Namorados, em 12 de junho.

Tudo bem, publicidades à parte, os homens andam frouxos mesmo, molengas, cheio de dúvidas (oncontô, proncovô, que diabo sou?!), mas ainda acho que é essa é uma realidade apenas entre os mauricinhos, moderninhos, os filhinhos da nossa gloriosa classe média.
Quando digo acho, amigo, quero dizer teimo, insisto, aposto. Até porque o amor jamais pode ser circunscrito a uma questão geográfica ou de classes. Mas que os sertões e os subúrbios estão cheios de homens de verdade, ah, isso ainda procede.

Meus primos nordestinos que moram de Itaquera em diante continuam pedindo em namoro, noivando, casando, fazendo festas de arromba a cada celebração normal da vida antiga. O mesmo vale para os que evitaram a migração óbvia de São Paulo, os que pegaram seus torrões nos melhores tempos atuais.

Claro que as bacaninhas que irão ganhar um cachê para sair na passeata marqueteira preferem os playboys, óbvio dos óbvios, mas se quisessem namorariam firme esta semana mesmo. Bastava apenas trocar o sentido da mão. Em vez de subúrbio/centro, centro/subúrbio, como manda o GPS do amor e da sorte.

Sim, querida patricinha, você carece também pensar no relacionamento não como um negócio, mas como uma história, um encontro bonito entre um rapaz e uma moça.

Repare, amigo, no que disse uma senhorita, ouvida pelo portal G1 a respeito do assunto: "Eu nunca namorei sério porque, para namorar, você precisa colocar tanta energia em uma relação que ainda não achei alguém que valha a pena todo esse investimento".

Ela é identificada na notícia como Fernanda Portela, 23 aninhos. Repare como a palavra INVESTIMENTO, minha Nossa Senhora dos Aflitos, se destaca, pisca como néon no léxico da linda. Tudo virou investimento, negócio, contrato, ganho, o que-eu-vou-levar-com-isso e outros absurdos encobertos no fundo das "verdades" padronizadas.

É, amigo, enquanto uma parcela das moças da capital vão às ruas em busca de namoro, minhas priminhas do subúrbio e do interior tomam uma coca-cola de saco cheio de mancebos que só pensam em casamento.

& MODINHAS DE FÊMEA

Diante dos novos vexames e costumes, só nos resta lembrar do velho Didi Mocó naquele clipe maravilhoso no qual cantava mais ou menos assim: Papai eu quero me casar/Pois minha filha ocê diga com quem/Eu quero me casar com o padeiro/Com o padeiro ocê não casa bem/Por que papai?/O padeiro mete muito a mão na massa e depois vai amassar ocê também!/ Papai eu quero me casar/Pois minha filha ocê diga com quem/ Eu quero me casar com o economista/ Com o economista ocê não casa bem/ Por que papai?/ O economista mexe muito com poupança e depois vai mexer na sua também...

Xico Sá é colunista da BR Press. Fale com ele também pelo Blog do Leitor, no site www.brpress.net

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