sexta-feira, 12 de junho de 2009

Fugere Urbem

Primeiro eu gostaria de expressar aqui a minha tristeza pela ausência dos meus leitores e comentaristas. Vou fazer de uma forma bem delicada: Owwww cacete! Aonde vcs foram se meter?! A leitura tá desinteressante poha!?

Depois desse momento muito delicado de minha parte, quero dizer que mainha t á me enchendo o saco! Tah eu num ia dizer isso... mas putz, haja paciencia!

Agora sim... hoje vou por um texto q vai sair aki na hora sobre minha vontade Fugere Urbem, ou seja, fugir da cidade.

Eu sempre me embrenhei pelos matagais. Lembro-me criança, os pés descalços no mato espinhento e na terra seca do sertão, calos, feridas e sujeira era o motivo da briga certa ao voltar pra casa no fim da tarde.
Minha mãe dizia: "Até parece muleque!" Meus amigos diziam o mesmo, eu era mais um muleque, da turma, trepando em árvores e catando bichos para análises infantis.
Na chuva as ruas enlameadas abriam minha mente pras mil e uma possibilidades de brincadeiras. Guerras, escorregões, tropeços, poças onde as aguas vinham até os joelhos e a eventual corrida atrás das sandálias carregadas pela correnteza, e na volta pra casa a desculpa de que não foi possível fugir da água, enquanto a mente voltava a bica de agua forte caindo do telhado direto na cabeça.
Aaah... o cheiro do mato, aaah... os bolinhos de terra. Saudades dos tempos em que as fumaças e o barulho urbano não me entupiam os pulmões e os ouvidos.
Hoje me tornei cativa da cidade, não sei mais viver sem ela. Quem me vê nem desconfia que vivi belos anos no mato, na roça, brincando com os gafanhotos e fugindo das vacas bravas. Minhocas e tanajuras eram meus bichos de estimação particulares, já que a cadela tinha que dividir com toda a família.
Nas madrugadas era lindo acampar no quintal e ouvir os grilos cantar e as estrelas cair. A chuva fina cantando ninar na lona por baixo do pé de uva e exalando aquele cheirinho que só se tem longe da cidade.
E que delícia as ciriguelas direto do pé, e as laranjas e as mangas. As galinhas eram interessantes, mas não mais que os patos, e os cavalos... esses sempre me assustaram.
A terra era fofa, macia como minhas atitudes caipiras. Hoje estou negra, lisa e dura como um asfalto, e não reclamam ao passar por mim, que sou igual aos tantos outros asfaltos, sem nenhum desafio próprio.
Mas ainda tenho esperanças de retomar meu espírito verde, com cheiro de sândalo que perfuma até o machado que o fere. Flexível como um galho, resistente como um tronco, paciente como uma largata e livre, livre e linda como uma borboleta campestre, nada igual as mariposas hipnotizadas pela luz.
Ainda vou voltar à chuva fina, às guerras de lama e às ciriguelas nas árvores, ainda criarei tanajuras e minhocas e um cachorro só meu num quintal grande.
Ainda conhecerei os matagais dos 5 continentes.

Bem... num era pra ter sido tão realista mas foi oq saiu aki na hora. Eu realmente passei boa parte de minha infância longe da cidade fazendo tudo isso ae, acreditem caso queiram.
Quanto a foto... Tancredo Neves num domingo sem guardas, tenho fotos ótimas desse dia.
Quem me ajuda a fugir da cidade? E agora, quem poderá me defender?!

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